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Escola foi a Florença e tem Academia
Janeiro de 2020
A Academia de Cidadania Digital, em curso na Escola Artur Alves Cardoso e na qual está integrado o normal ‘O Cusco’, foi apresentado em Florença, Itália, no passado mês de novembro, na conferência de trabalho “Competências em Ação” - RFCDC: rumo a uma abordagem baseada em competências para o ensino e a aprendizagem”, organizada pelo Conselho da Europa, no âmbito do projeto “Free to Speak. Safe to Learn” (Livre para falar e seguro para aprender).
A apresentação esteve a cargo de Elisabete Monteiro, professora da nossa escola que representou o Agrupamento de Caneças naquela reunião. “Foi importante participarmos, pois conhecemos outras escolas europeias que desenvolvem projetos de Cidadania Digital, além de termos debatido metodologias de avaliação mais centradas nos alunos e na diversidade e não nas práticas mais comuns, ainda assentes em testes estandardizados”, afirma a docente.
A presença de Elisabete Monteiro permitiu que o Agrupamento de Caneças integre agora a Rede Europeia de Escolas Democráticas, coordenada pelo Conselho da Europa, o que marca o reconhecimento internacional do trabalho iniciado na Escola Artur Alves Cardoso em 2016. Então foi iniciado um projeto de cidadania digital que incluiu formação de professores, com o envolvimento dos alunos, dos encarregados de educação, do pessoal não docente e de toda a comunidade num projeto do qual ‘O Cusco’ foi produto e é porta-voz.
Os resultados desse projeto foram apresentados em conferências internacionais, em países como os Estados Unidos da América, Reino Unido, Letónia, República Checa, França ou Kosovo, além de terem sido publicados em livros e revistas científicas nacionais e internacionais. Já em novembro de 2019, o projeto entrou numa fase avançada de desenvolvimento, com a aprovação, pela Fundação Calouste Gulbenkian, da Academia de Cidadania Digital, que decorre até 2022 e envolve a Universidade Autónoma de Lisboa, o Agrupamento de Escolas de Caneças e a União de Freguesia de Ramada e Caneças.
A Academia de Cidadania Digital visa o desenvolvimento de competências sociais e emocionais de crianças por parte de Pré-escolar e de 1º Ciclo, pelo que desenvolve atividades de STEAM (acrónimo anglófono para Ciência, Tecnologia, Engenharia Artes e Matemática) e de Literacia dos Media e da Informação, entre elas a conceção, produção e realização de noticiários em suporte vídeo.
Nesta fase estão a ser recolhidos dados iniciais através de questionários, sendo que “os encarregados de educação deram uma resposta fantástica em termos de participação”, refere o coordenador da Academia, Vitor Tomé. Em fevereiro começa uma formação de professores única em Portugal, que será oferecida pela Direção-Geral da Educação e pelo Centro Protocolar de Formação Profissional de Jornalistas (CENJOR), a partir da qual serão estruturadas as atividades a desenvolver com os alunos e a comunidade.
“A grande vantagem da Academia de Cidadania Digital reside no facto de envolver entidades nacionais e internacionais de renome, pelo que o trabalho desenvolvido em Caneças não só ganha com essas parcerias, como contribui para que escolas e alunos de outros países possam pôr em prática projetos como estes. É para isso que a comunidade de Caneças está a trabalhar”, conclui Vitor Tomé.